quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

perua Maverick


Em 1975 a Ford decidiu investir novamente no Maverick, lançado comercialmente em 1973. O carro teve algumas alterações estéticas sutis como nova suspensão, caixa de direção, bancos individuais, novo acabamento além do novo motor OHC de quatro cilindros e 99 cv. Era a tentativa da marca de diversificar, e fazer as vendas do carro deslanchar nas concessionárias.

Ford Maverick

Para concorrer com o sucesso da Chevrolet Caravan, lançada em 1976, o concessionário Souza Ramos lançou uma versão perua do Maverick dois anos depois. O carro era cortado e montado na SR veículos, empresa do mesmo grupo, e que já transformava caminhonetes F-100. A perua era montada a partir de um Maverick quatro portas, que sofria alterações no painel traseiro, coluna e também no porta malas, que era alongado. A porta traseira era feita em plástico com fibra de vidro. A iniciativa, no entanto, era de um revendedor e não teve o aval da montadora e o proprietário perdia a garantia do carro. O objetivo era atingir em cheio as famílias, que só tinham uma opção espaçosa com a Caravan, e não gostavam da perua Belina, menor e mais racional.

Ford Maverick

A novidade da Souza Ramos poderia ser aplicada tanto em veículos novos, quanto em Mavericks usados mas o alto custo da transformação tornou praticamente inviável o preço do modelo. No início de 1978, a imprensa especializada veiculou algumas fotos e indícios de que o carro seria oficialmente apresentado no Salão do Automóvel, o que não aconteceu. As fotos foram tiradas na oficina da SR veículos, e embora o veículo tivesse despertado atenção imediata da Ford, o projeto não foi adiante. A SR tentou fazer uma parceria com a Sonnervig, para aumentar as possibilidades de vendas nas lojas da rede, e com a Sulamericana, para ampliar a capacidade de produção do modelo, mas a idéia também não vingou.

Ford Maverick

Ford Maverick

A perua Maverick 1976 das fotos pertence ao colecionador Paul Gregson, autor do livro "Maverick - um ícone dos anos 1970", que comprou o carro em 1999, semi desmontado. O trabalho de restauração durou quase cinco anos, e rendeu excelente resultado. Após o término, Gregson recebeu em 2003, um prêmio no VIII Encontro Paulista de Autos Antigos, em Águas de Lindóia, um dos mais importantes eventos do país. Seu Maverick foi montado no padrão LDO, o mais luxuoso da época, com motor V8 302, câmbio automático, direção hidráulica, rádio Philco e tem até manual do proprietário.

Ford Maverick

A crise do Petróleo se agravou a partir de 1976 com postos fechados no final de semana e o lançamento campanha nacional de racionamento de combustível, com o mote "Garanta o combustível de amanhã, respeite os 80", em alusão à velocidade máxima de 80Km/h estabelecida para as estradas e também uma projeção de futuro, ao respeitar os anos 1980. Os carros grandes perdiam espaço no mercado, e uma perua fabricada a partir do Maverick, que era um autêntico muscle car, grande e gastador de combustível, se tornava cada vez mais inviável. Não há registro oficial de quantas peruas Maverick foram fabricadas, mas estima-se que foram montados entre 1978 e 1979, no máximo 216 unidades. Em 1979, a Ford descontinuou o Maverick ao apostar no econômico e espaçoso Corcel II, mas a grande idéia da SR Veículos, ganha destaque nas páginas da história.

Fonte: Auto show

Um comentário:

  1. CURTIR UM CARRO ANTIGO É GOSTAR DA HISTÓRIA. É VIVER O GLAMOUR DE UMA OUTRORA!

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