quarta-feira, 10 de março de 2010

Wolseley A9





Na primeira década do século XX o Japão era um país essencialmente agrícola. Foi quando Tokyo Ishikawajima, um engenheiro que produzia barcos a vapor notou que o Japão tinha demanda para um veículo de transporte pesado, tal como se usava no ocidente, para substituir as charretes puxadas por animais. Em 1916, com apoio do governo, viajou para a Inglaterra e firmou um acordo com a Wolseley Motors, única montadora que demonstrou interesse em uma parceria com sua pequena indústria. Após importar maquinário e treinar um grupo de trabalhadores, o visionário estava pronto para colocar seu país no grupo dos fabricantes de veículos.
 
Em 1922, saía da fábrica, em Fukagawa, o primeiro veículo a combustão produzido na terra do sol nascente. Era um automóvel Wolseley modelo A9. Com motor de quatro cilindros refrigerado a água e 15 cv, era um modelo familiar, destinado ao uso oficial, que fez relativo sucesso diante dos poucos modelos importados que já circulavam pelas cidades.
Em seguida, iniciaria a produção do caminhão CP 5, de 1,5 tonelada. Ishikawajima na verdade queria concentrar seus esforços em vender o utilitário, já que havia grande demanda de transporte nas empresas do Japão. Por meio de uma parceria com a companhia de eletricidade de Tokyo, as primeiras unidades já tinham destino certo: dar suporte para a empresa estatal na capital. O caminhão CP 5 logo estaria transportando madeira, metais, máquinas e equipamentos nas precárias estradas do país.
                                                               
Logo no início, a equipe de engenheiros trabalhou no aprimoramento dos motores ingleses, com o objetivo de torná-los mais econômicos em um país onde a gasolina era muito cara, até mesmo para os mais ricos.
 
Em 1927 a fábrica de Ishikawajima já lançava sua versão nacionalizada dos veículos Wolseley e trabalhava no desenvolvimento de novos modelos, adaptados para o mercado japonês.
 
Em 1929, era lançado o Sumida, primeiro veículo considerado 100% nacional, ainda que mantivesse o motor desenvolvido pela Wolseley e aprimorado no Japão. Se tratava de um carro bélico, quase um tanque de guerra, com pneus reforçados, tração integral e um motor a diesel de 100 cv. A empresa fabricou cerca de 1.000 unidades, quase todas exportadas para a União Soviética e China.  
 
No início da década seguinte o governo do Japão lançou um programa de incentivo a produção de automóveis. Em 1934, Ishikawajima rompeu definitivamente os laços com a montadora britânica, e mudou o nome de sua empresa para Isuzu, nome de um rio japonês que passa pela cidade de Ise. Além disso, investiu em tecnologia para criar e fabricar seus próprios modelos. A empresa só se tornaria lucrativa após a II Guerra, quando os japoneses aprimoraram rapidamente sua engenharia para produzir automóveis. Grandes grupos industriais como Honda, Toyota e Mitsubishi também entrariam neste mercado promissor, e os incentivos estatais foram fundamentais para que a ideia tivesse êxito.
O desenvolvimento de motores alimentados a diesel ajudou a Isuzu a crescer principalmente no segmento de utilitários, e hoje a marca é uma das principais fabricantes de caminhões, ônibus e pickups do mundo.
 
ví no auto show

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